sábado, 12 de junho de 2010

Coreia do Sul aproveita erros gregos e ganha 1ª da Copa

A Grécia não é sombra da equipe campeã da Eurocopa-2004. Neste sábado, os comandados do técnico Otto Rehhagel foram amplamente dominados pela Coreia do Sul, que alcançou, sem muito esforço, o placar de 2 a 0, no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, na abertura do grupo B da Copa do Mundo.

O resultado traz um ânimo maior aos asiáticos na briga pela vaga às oitavas de final. Agora, a Coreia do Sul fica na expectativa pelo resultado de Argentina e Nigéria, os outros integrantes da chave, que atuam ainda neste sábado.

Foto: Roberth Romano/Ultra-X Images

O craque do time Park (Ji Sung) vibra com o segundo gol, que decretou mais uma derrota da Grécia na sua curta história nos Mundiais

A Grécia, em contrapartida, segue vítima de um desempenho pífio em Copas do Mundo. Em sua segunda participação, o país ainda busca o primeiro gol na história da competição.

A próxima rodada do grupo B está marcada para quinta-feira. A Grécia enfrenta a Nigéria, em Bloemfontein, enquanto a Coreia do Sul mede forças com a Argentina, em Johanesburgo.

O Jogo – O confronto na cidade de Port Elizabeth ofereceu um duelo de estilos. Nos minutos iniciais, já era possível perceber que a Grécia iria insistia nas jogadas aéreas, enquanto a Coreia do Sul apostava na conhecida correria asiática.

Curiosamente, os gregos foram penalizados com o próprio veneno. A Coreia do Sul abriu o placar justamente em um levantamento para a área. Aos sete minutos, Young-Pyo bateu falta da esquerda, Katsouranis deu um leve desvio que matou a própria defesa e Jung-Soo apareceu no segundo pau para completar de perna direita.

Dono de um envolvente toque de bola, o time asiático tinha o domínio das ações. Aos 15 minutos, os sul-coreanos ainda reclamaram de um pênalti. Chu-Young invadiu a área pela direita e caiu após contato com Torosidis. O árbito Michael Hester considerou o lance normal.

Pouco depois, os sul-coreanos foram novamente ao desespero. Desta vez, a arbitragem marcou uma falta duvidosa de ataque de Park Ji-Sung, que entrava livre na área. O jogador do Manchester United não conseguiu entender a decisão e sorriu ironicamente para o apitador da Nova Zelândia.

No momento em que a bola rolava sem a influência da arbitragem, a Coreia do Sul assustava. Aos 27 minutos, o veloz Chu-Young foi lançado nas costas da zaga por Park Ji-Sung e chutou pressionado por Vyntra. O goleiro Tzorvas operou um verdadeiro milagre com os pés.

No começo do segundo tempo, a Grécia apostou em uma substituição para mudar o panorama desanimador dos 45 minutos inicias. Patsatzoglou entrou na vaga de Karagounis. Mas um vacilo absurdo na defesa abalou os europeus e proporcionou o segundo gol dos sul-coreanos. Vyntra errou justamente na frente de Park Ji-Sung. O astro do Manchester United carregou a bola e, com a frieza aprendida na Inglaterra, tocou na saída de Tzorvas.

No desespero, a Grécia queimou suas últimas alterações. Salpingidis e Kapetanos foram as novidades do técnico Otto Rehhagel e melhoraram a movimentação ofensiva. Aos 35 minutos, o goleiro Sung-Ryong finalmente teve trabalho no chute de Gekas.

No contra-ataque, a Coreia do Sul também poderia ter marcado o terceiro. Chu-Young bateu colocado da entrada da área e observou ótima defesa de Tzorvas no canto esquerdo. Ainda assim, os asiáticos comemoraram o justo triunfo na estreia do Mundial.


Ainda não temos o vídeo dos gols.


GRUPO D

Alemanha [Favorito]
Pelo tetra, mesmo sem Michael Ballack

O craque
Bastian Schweinsteiger, 25 anos
Bayern de Munique (Alemanha)
Na ausência de Michael Ballack, cabe a "Schweini", como é conhecido, a responsabilidade de coordenar o meio-campo alemão. No começo da carreira, atuava mais adiantado, próximo aos atacantes, e era criticado pelo ímpeto ofensivo. Agora, mais maduro, joga mais recuado e dá qualidade à saída de bola alemã.
A contusão do capitão Michael Ballack a um mês da abertura da Copa foi um baque para a Alemanha. "Estamos em choque", disse o treinador Joaquim Löw ao receber a notícia. Numa infeliz coincidência, o responsável pela ruptura dos ligamentos no tornozelo direito de Ballack foi o ganense Kevin Boateng, cujo irmão, Jerome, é lateral direito do onze germânico. É uma situação que incomoda na fase de preparação, mas que parece não enfraquecer a tradição de uma equipe sempre forte, em busca do tetracampeonato mundial. Convém lembrar que a Alemanha é especialista em atropelar os superfavoritos, como aconteceu contra a Hungria de Puskas, em 1954, e contra a Holanda de Cruyff, em 1974.


Fique de olho
Philipp Lahm, 26 anos
Bayern de Munique (Alemanha)
É um dos melhores laterais do mundo. Joga pelos dois lados e apoia o ataque com eficiência.










Gana [Surpresa]
Força africana com muito toque de bola

Estreantes e donos da seleção mais jovem da Copa do Mundo de 2006, os ganenses chegam a seu segundo Mundial com o objetivo claro de ir além das oitavas de final. Há imensas qualidades numa das equipes africanas mais aplicadas taticamente, coisa rara no futebol do continente. Falta habilidade, mas há compensação: muito toque de bola e força física. O ponto alto do time é o meio-campo forte e combativo, era comandado por Michael Essien (desfalque na seleção por lesão), um dos principais jogadores africanos que atuam na Europa. O ataque, porém, é frágil. Não espere, portanto, dribles desconcertantes nem futebol alegre.

Fique de olho
Asamoah Gyan, 24 anos
Stade Rennais (França)
Não se deixe confundir pelo número 3 da camisa: Gyan é atacante e a principal esperança de gols.










Sérvia [Zebra]

Enfim, um só país

O craque
Nemanja Vidic, 28 anos, zagueiro central do Manchester United, é considerado um dos melhores do mundo na posição. Forte pelo alto e firme na marcação por baixo, ganhou respeito pelas boas campanhas no clube inglês.
Depois de mais uma separação entre países do que um dia foi a Iugoslávia, a Sérvia chega a seu primeiro Mundial devidamente independente – em 2006, ainda era Sérvia e Montenegro, e foi o saco de pancadas do seu grupo (perdeu da Argentina por 6 a 0). O time vai à África do Sul com uma base mais forte e ofensiva que a da Copa passada. Dirigida por Radomir Antic, de 61 anos, ex-treinador do Real Madrid e do Barcelona, a seleção surpreendeu ao vencer seu grupo nas eliminatórias e jogar a França para a repescagem. Agora, espera apagar a má impressão deixada na última Copa.


Austrália [Zebra]
Consistência na zaga



O craque
Harry Kewell, 31 anos, do Galatasaray, da Turquia, tem habilidade rara para os padrões australianos. Excelente driblador e finalizador, atua bem em qualquer posição do meio-campo, assim como na frente, de segundo atacante.

A seleção australiana chega a sua terceira Copa, a segunda consecutiva, com a sensação de que pode mais do que na Alemanha, em 2006. Da base montada por Guus Hiddink há quatro anos, Pim Verbeek, seu substituto, perdeu o centroavante Mark Viduka, aposentado, que deixou um vazio no ataque dos Socceroos. A defesa é consistente, liderada pelo experiente goleiro Mark Schwarzer. Apesar de azarões, não é difícil acreditar que, mais uma vez, os Cangurus consigam virar um outro animal, de listras brancas e pretas.

GRUPO C

Inglaterra [Favorito]
Futebol inglês com tempero italiano

O craque
Wayne Rooney, 24 anos
Manchester United (Inglaterra)
Desde os 16 anos, este forte e corpulento atacante já despontava como um dos maiores do planeta. Seu chute é potente e preciso, sua arrancada, fulminante, além de ele crescer em jogos decisivos - mas se irrita com facilidade. O problema: chega à África do Sul em recuperação de uma lesão no tornozelo direito.
Dois anos atrás, a seleção da Inglaterra assistia pela TV à Eurocopa. Desapontados por não terem se classificado para o torneio, os ingleses lamentavam o fim da geração de ouro liderada por David Beckham, no campo e no marketing. Hoje, raros são os analistas que não põem o time entre os favoritos em 2010. O motivo? O técnico italiano Fabio Capello. Ele devolveu o moral à equipe, controlou brigas e impediu que o escândalo do jogador que teve um caso com a mulher de outro demolisse a coesão da equipe. Há excelentes nomes na defesa (Terry, o que teve uma relação extraconjugal com a esposa do lateral Bridge, e Ferdinand), no meio de campo (Gerrard e Lampard) e no ataque (o destaque é Rooney).


Estados Unidos [Surpresa] É o caso de repetir Obama: Sim, eles podem

O craque
Landon Donovan, 28 anos
Los Angeles Galaxy (Estados Unidos)
Meia-atacante experiente, com passagens frustrantes pela Alemanha e a caminho de sua terceira Copa do Mundo consecutiva. Rende bem pelos lados do campo ou atrás do principal atacante. Polêmico, foi contra a contratação de David Beckham pelo Galaxy. Dado a arroubos preconceituosos, costuma ter problema com jogadores latinos.
A surpreendente campanha dos Estados Unidos na Copa das Confederações, quando eliminaram a Espanha nas semifinais e abriram 2 a 0 no Brasil na decisão (perderam por 3 a 2), deixou a impressão de que o país finalmente entendeu o que é futebol. Boa parte dos jogadores atua em clubes europeus e tem experiência de já ter participado de outras Copas. O destaque é o espírito de equipe. São candidatíssimos a uma vaga nas oitavas de final. Futebol nos Estados Unidos já não é piada. Os ingleses têm uma brincadeira - dizem que caíram no melhor grupo desde os Beatles. É bom ficarem atentos aos americanos.


Fique de olho
Jozy Altidore, 20 anos
Hull City (Inglaterra)
É a grande esperança de gols do time. Mal comparando, descontada a genialidade, tem o estilo de Ronaldo Fenômeno quando este era magro.






Foto: Roberth Romano/ Ultra-X Images



Eslovênia [Zebra]

Ferrolho na retranca

O craque
Robert Koren, 29 anos, é o capitão esloveno. Funciona como uma espécie de marcador de ritmo no meio-campo. Se está bem, o time rende. Quando bem marcado, desaparece em campo e derruba o rendimento.
Nas eliminatórias, a Eslovênia - ex-República da Iugoslávia - venceu o futebol tradicional de checos e poloneses. Ficou em segundo lugar, atrás apenas da Eslováquia em seu grupo, e foi para a repescagem contra a poderosa Rússia. O time não é espetacular, mas chega à segunda Copa. Treinada por Matjaz Kek, de 48 anos, um especialista em táticas, a equipe se destaca pela defesa forte, que sofreu apenas seis gols em doze jogos na fase de classificação.




Argélia [Zebra]
Jogo à francesa


O craque
Karim Ziani, 27 anos, rende bem em qualquer posição do meio-campo e chama atenção pelas arrancadas em direção ao gol, seja pelo meio, seja pelos lados do campo. Erra muito quando quer resolver a partida sozinho.
A chave para o retorno argelino a uma Copa 24 anos depois de sua última aparição reside na diáspora de jogadores nascidos na França, filhos de argelinos. Ao contrário de Zidane, eles preferiram honrar a origem de seus pais a vestir o azul francês. Comandado por Rabah Saadane, de 64 anos, o mesmo técnico de 1986, o time surpreendeu ao tirar o Egito do Mundial e se tornar o único representante da África muçulmana. Se corrigir a falta de poder ofensivo, pode arrancar pontos dos adversários.



GRUPO B
Argentina [Favorito]

O peso de ter o melhor jogador do mundo

O craque
Lionel Messi, 22 anos
Barcelona (Espanha)
"É um jogador de videogame", disse o treinador do Arsenal, Arsène Wenger, depois de Messi ter feito os quatro gols do Barcelona na vitória de 4 a 1 pelas quartas de final da Liga dos Campeões. As arrancadas fulminantes, o drible e os chutes precisos são recursos que apenas a tecnologia de diversão é capaz de reproduzir. No Barça - apesar da eliminação pela Inter -, Messi fez de tudo, inclusive ganhar o título de melhor do mundo da Fifa em 2009. Pela Argentina, ainda não.
Desde que assumiu o comando da seleção argentina, em outubro de 2008, Diego Armando Maradona convocou 101 jogadores. Mudou o esquema tático em todos os dezesseis jogos e confundiu a cabeça até dos especialistas. Seja qual for o time na estreia, uma única certeza: Lionel Messi estará lá. É, antes do apito inicial, o grande nome da Copa, no mesmo patamar em que estava Ronaldinho Gaúcho em 2006 (o fim dessa história todos nós conhecemos). No Barcelona, Messi tem um time inteiro girando em função de seu talento. Na seleção, não. Cabe a Maradona - imortal no gramado, mortal fora dele - tentar organizar um time que saiba aproveitar as artes do fora de série.


Fique de olho
Carlos Tevez, 26 anos
Manchester City (Inglaterra)
Carlitos funciona como o coração do time. Para ele, não há bola perdida.

Foto: Roberth Romano/ Ultra-X Images










Nigéria [Surpresa]

De volta, mais jovem e perigosa

O craque
Obafemi Martins, 25 anos
Wolfsburg (Alemanha)
Famoso por comemorar seus gols com cambalhotas no ar, o atacante "Oba Oba Martins" é o termômetro da seleção nigeriana. Se está bem, o time arrebenta. Quando some em campo, a equipe patina. Suas marcas registradas são a força física - essencial para ganhar jogadas pelo alto - e os chutes potentes.
Depois de surpreender o mundo em 1994 e 1998, com nomes como os rapidíssimos Amokachi, Yekini e Okocha, a Nigéria volta a uma Copa depois da ausência em 2006. É um retorno marcado por jovens valores em evidência no futebol europeu, como Obafemi Martins e John Obi Mikel. O veterano atacante Nwankwo Kanu - sim, aquele mesmo que tirou o Brasil da final da Olimpíada de 1996 - é reserva de ouro, talismã para momentos difíceis, no segundo tempo. O time terminou em terceiro lugar na Copa Africana de Nações no início do ano.



Grécia [Surpresa]
Milagres acontecem

O craque
Theofanis Gekas, 30 anos, do Hertha Berlin (Alemanha), foi o artilheiro das eliminatórias europeias, com dez gols, e fez carreira na Alemanha. Destaca-se pelo respeito ao esquema de jogo e pela mobilidade, mas peca por não ser bom cabeceador.
A Grécia tem motivos para crer que irá além da péssima campanha em 1994, quando foi eliminada na primeira fase. Parte da equipe que vai à África do Sul participou do surpreendente título da Eurocopa de 2004, quando bateu Portugal em Lisboa. A esperança, agora, é que a equipe de futebol tenha mais solidez que o país, derretendo na crise econômica. Chega forte, depois de tirar da Copa a Ucrânia. A aposta: a retranca armada pelo técnico alemão Otto Rehhagel, de 71 anos, o mais velho no Mundial.



Coreia do Sul [Zebra]
Só correria não basta: O craque
Park Ji Sung, 29 anos, é o maior jogador asiático da atualidade. Apelidado de "Três Pulmões" pelo bom preparo físico e pelas arrancadas, coube a ele substituir Cristiano Ronaldo no Manchester United.

Em sua oitava Copa, a sétima consecutiva, a Coreia do Sul espera, pela segunda vez, passar da primeira fase. Antes, só conseguiu o feito em casa, em 2002. Pela primeira vez desde 1998 treinado numa Copa por um local - Huh Jung-Moo, de 55 anos -, o time tem chances remotas de passar à frente. Os jogadores esbanjam preparo físico e disciplina tática, mas pecam pela falta de força e habilidade, às vezes compensada com violência. O astro Park Ji Sung está em seu melhor momento, mas sozinho não resolverá nada.